Quantos homens e mulheres já deram boa água para nossas ovelhas? Quantos Caios Fábios já saciaram nossa alma com a água da vida? Sim, é verdade que muitos deles tiveram seus poços entulhados por outros ou por si mesmos. Mas será que ao apedrejá-los, será que não estaríamos ajudando a entulhá-los mesmo quando o desejo de muitos deles é que alguém ajude a des-entulhá-los?. Parece que nossa vocação é a de determinar que destes poços-Caios não podem sair mais água. Mas, será que nós estaríamos entulhando os poços destes homens e mulheres porque de alguma forma temos inveja amargurada, que permitimos que raízes de amargura nos invadissem?. Nossa igreja evangélica brasileira deveria ser mais Caio-Fabica, e menos Caio-fóbica. Essa caiofobia, esse medo de caio, essa inveja de caio atrapalha quem?, atrapalha as ovelhas, porque desses poços-caios, desses poços um dia entulhados, ainda poderá sair água viva, água boa para saciar nossas ovelhas. Mas, de novo temos problemas. Porque sabemos que depois de desentulhar os poços, depois que descobrimos que o poço-caio não é cisterna rota, depois que percebemos que a água continua boa, o texto vai dizer que houve bate boca. Nossa igreja evangélica brasileira que é muito mais brasileira que evangélica, pois evangélica significaria que ela é e apregoa o evangelho. Que evangelho? Da graça. Eu disse Graça? Isto significa ‘favor imerecido?’, ou seja, uma igreja que prega o Favor Imerecido de Deus? Ora, pregar favor imerecido de Deus não é julgar os poços-caios que um dia foram entulhados por outros ou por si mesmos e que agora pela infinita GRAÇA de Deus aprouve que ele voltassem a dar água viva. Igreja que não crê no Deus que faz saltar do interior de uma pessoa fontes de águas vivas, nunca poderá ser conhecida primeiro como igreja, segundo como evangélica, e terceiro, nunca poderá ser conhecida como comunidade do carisma (caris- graça). Escrevo isto, porque me vejo constantemente diante de poços-caios-fóbicos, de gente que tem medo de caio, de poço, de água viva que sacie a sede de suas ovelhas. Pastores que muitas vezes só sabem condenar o poço, mas não ajudam a desentulhar a alma de ninguém. Gente que não se dedica a dar água boa para as ovelhas e então só resta tentar fazer suas ovelhas desacretitarem que certos poços um dia abundantes ainda podem voltar a dar-lher água viva. Certo dia li num artigo, que “a sociedade aprendeu a dar anistia (uma espécie de perdão) política para seus politicos exilados, mas que a igreja ainda não aprendeu a perdoar os seus pastores”.
Sou apenas um jovem, porém decidi que vou deixar como marca a minha tentativa de ajudar a desentulhar poços. Se devo escrever sobre um poço que se viu entulhado, prefiro escrever que Deus é aquele que não desiste de amar o poço-Pedro que o negou, o poço-LannaHoldizado que se viu entulhado, ou o poço-Caio que ainda tem muita água viva para saciar nossas ovelhas. Negar isto seria negar a maravilhosa graça, seria desconhecer a mensagem do verdadeiro evangelho, seria desconhecer o próprio Cristo ou seja seria deixar de ser Cristão.
Pense nesta reflexão do próprio poço-Caio a respeito da perfeita-imperfeição:
“Até o quarto século o que impressionou os “pagãos” que observavam os cristãos não era a “perfeição” deles, mas o amor e a graça com a qual se tratavam e tratavam o mundo. “Olhem como se amam!”—era a estupefação que ecoava nas palavras de gente que olhava os cristãos de fora, conforme vários testemunhos encontrados em antigos textos históricos. Portanto, a perfeição da igreja é não se “vender como perfeita”, mas sim se revelar, sem ensaio e performance, como lugar de misericórdia e graça. Não é possível esperar perfeição de nenhum de nós. Somos caídos e maus...o melhor de nós ainda é mau. O que nos faz diferentes é nossa atitude, se é honesta com a nossa própria Queda, e, sobretudo, sincera com a Graça que todos nós temos recebidos. Daí a perfeição do discípulo ser sua humildade...humildade para ser, sem ser ainda o que deseja; humildade para viver com misericórdia, pois ele mesmo carece dela, todos os dias, nos céus e na terra. Repito: o problema da “igreja” nunca foram os seus erros humanos, mas sim a sua arrogância em relação a não se enxergar, e oferecer-se como a Representante de Deus na terra. Quem desejar, que tente! Mas no dia em que deixarmos de lado toda essa empáfia e formos apenas gente da Graça, então, assustados veremos o respeito que o mundo nos terá; conforme aconteceu até ao ano 332 da presente era, ainda que algumas vezes o lugar do testemunho tenham sido cruzes e arenas... E havia problemas antes disso? Sim, sempre houve muitos problemas! Quem conhece a História sabe deles. E quem lê os textos produzidos nos dois primeiros séculos, sabe da quantidade de dificuldades internas que os vários grupos cristãos tiveram. Todavia, tais problemas não foram problemas reais enquanto o sentido de “irmandade na Graça” esteve presente. Não foi a perfeição da Igreja que abalou o Império Romano. Foi a sua perfeita-imperfeição; ou seja: sua humanidade vivida sob a graça; e que falava da Boa Nova em Jesus, não nela mesma. Nela havia humildade, serviço, confissão, comunhão e coragem sem empáfia. Me sinto um bobo escrevendo coisas tão BÁSICAS... A única perfeição humana é assumir sua própria imperfeição; e, assim, imitar o Pai, não em sua Perfeita-Perfeição, mas em Sua Graça, que ele derrama sobre justos em injustos. A perfeição da Igreja é ser humildemente filha desse Pai [Perfeito] que a todos [seus filhos imperfeitos] trata com misericórdia! (grifo e acréscimo do autor). Quem não for cego, que veja; quem não for surdo, que ouça; quem tiver entendimento, não o feche; e quem tiver sido objeto da Graça, que a sirva aos outros.”
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Oi binho que Deus te abençoe e continue te usando para Gloria dele!!!
ResponderExcluirAndreoni de Camargo